Curso de Contabilidade Aplicada ao setor público. 17/11/2009
Posted by linomartins in Anotações.trackback
Nesta segunda feira, dia 16/11/2009, foi iniciado em Uberlândia – Minas Gerais, o primeiro curso de Contabilidade Aplicada ao Setor Público promovido pelo Conselho Federal de Contabilidade. O curso irá até sexta feira, dia 20/11.
Com 40 participantes de todos os Estados do Brasil o curso tem por objetivo criar multiplicadores para essa nova fase da Contabilidade Pública brasileira com foco na evidenciação dos elementos do patrimônio, sem abandonar os conceitos e práticas orçamentárias vigentes no país.
A primeira disciplina, Teoria da Contabilidade com duração de quatro horas, foi ministrada pelos Professores Lino Martins da Silva, da UERJ e José Francisco Ribeiro Filho, da UFPE.
Logo no inicio da manhã foi apresentado um breve histórico do pensamento contábil a partir dos estudos produzidos de Eugen Schmalenbach, na Alemanha e das reflexões de Gino Zappa, na Itália, cada um com uma visão do patrimônio e do resultado. Alem disso também foi tratada da forte influência do positivismo de Augusto Conte na obra Teoria Positiva da Contabilidade escrita por Jean Dumarchey e traduzida para o Portugues numa ediçAo de 1935, por Guilherme Rosa em Portugal.
Também foram apresentados fragmentos da história da Contabilidade pública no Brasil a partir do Alvará Régio de 1808 e as discussões travadas quando da proclamação da República em 1899, quando os positivistas, como Alfredo Varela e Bejamim Constant, vocalizavam para a população que tudo que vinha do regime imperial era imprestável e, nesse conjunto, se incluia a Contabilidade por partidas dobradas.
Esta estigmatização da Contabilidade Pública levou os governos ao foco orçamentário com o abandono praticamente de todos os conceitos de patrimonio. Em que pese isso a Contabilidade, de um modo geral, recebeu valiosas contribuições a partir dos estudos de Herman Junior e de Lopes de Sa, este com a produção da teoria neopatrimonialista.
Alem da questão histórica também foram apresentadas as razões e a importancia de uma teoria contábil aplicada ao setor público vez que é a teoria que permite a compreensão, a descrição e a transformação dos fenomenos que afetam as estruturas do patrimônio.
Também não faltaram comentários e discussões sobre a escola economica que vê a Contabilidade com foco na orientação do processo decisório para a maximização da riqueza e da escola sociológica que enxerga a Contabilidade como vocacionada para a resolução dos conflitos distributivos.
Na parte da tarde o Prof. Joaquim Liberalquino, da UFPE, tratou dos Principios e Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas do Setor Público esclarecendo que todos devem ter a consciência que o processo de evolução da ciência contábil é permanente. No campo das ciencias sociais e aplicadas, essa evolução se pauta por multiplos aspectos, que envolvem relações entre agentes econômicos, estado, sociedade, países e suas formas de convergência; valores; cultura e necessidades atuais e futuras, que afetam a mensuração, evidenciação e valoração de ativos coletivos e individuais.
Comentários
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Caro Prof Lino,
Tal como o 1º Congresso de Contabilidade foi o marco que deixou como legado, dentre outros, a definição do que é a contabilidade este momento impar constrói, aprofunda e dissemina o conhecimento contábil nesta importante fronteira que é o setor público brasileiro.
Abraços e agradecemos por nos orientar neste objetivo de restaurar a relevância perdida da informação para o setor público.
Prezado Luiz Mário
Obrigado por seu comentário, realmente sentimos muito sua ausência.
um abraço
Lino Martins
Grande Mestre Lino, parabéns pelo brilhante relato do início do nosso curso do CFC, que agora também integra a história da Contabilidade aplicada ao setor público no Brasil. Aproveito para mandar um grande abraço aos Profs. Francisco Ribeiro e Joaquim Liberalquino, assim como para os demais abnegados mestres que estão compondo o seleto grupo de professores desta primeira turma. Infelizmente, não pude estar com vocês neste momento, mas espero reencontrá-los em breve.
Um forte abraço,
Luiz Mario